sábado, 5 de maio de 2018

Podcast Reflexões sobre realidade do cotidiano do professor de artes.



A educação brasileira por lei define que o ensino de Artes e suas especificidades, deve ser feito do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, e no 1º ano do ensino médio. Atualmente com a Base nacional da educação, as diversas áreas da Arte se tornaram parte de uma área maior chamada Linguagens, que inclui línguas (português e inglês obrigatórias) e educação física.
Para o ensino de  Arte,  Base Nacional Comum Curricular nos diz que  “no Ensino Fundamental, o componente curricular Arte está centrado nas seguintes linguagens: as Artes visuais, a Dança, a Música e o Teatro. Essas linguagens articulam saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas. A sensibilidade, a intuição, o pensamento, as emoções e as subjetividades se manifestam como formas de expressão no processo de aprendizagem em Arte.”
A grande questão é: na atualidade o ensino de artes na academia entra em conflito com a realidade do ensino escolar e da legislação sobre os conteúdos a serem trabalhados nos diversos
anos escolares. Lei 13.278/2016, que incluiu as artes visuais, a dança, a música e o teatro nos currículos dos diversos níveis da educação básica, alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394/1996), tornando obrigatório o ensino das quatro especificidades em sala de aula. Como resultado a separação dos  cursos de educação  Artística Licenciatura, em Licenciaturas em Arte, Teatro, Dança e Musica acabou por criar especialistas com muito domínio na sua própria área. Mas com  um imenso déficit de conhecimento nos paradigmas das outras áreas artísticas.
Via de fato, a maior parte das escolas  públicas do Brasil e parte das escolas particulares no pais, não possui uma sala exclusiva para o ensino de arte. Mais ainda, a maioria das escolas particulares não tem o interesse em contratar quatro professores diferentes para ministrar a mesma disciplina e dificilmente um gestor publico (prefeitos, governadores) irão concursar para uma mesma escola  quatro professores de  arte, em diversas especialidades para uma mesma escola.
Tendo sido compreendido que os professores de arte são especialistas, e que a legislação  busca por professores que fujam de suas especialidades. Assim é necessário que o professor de arte, formado ou formando em uma das especialidades, procure  estudar e participar de oficinas  de outras especialidades, para construir um conjunto de conhecimentos mais amplos  e assim desenvolver um portifolio das diferentes linguagens. E através desse portifolio se enquadrar nas necessidades que a legislação impõe. É necessário que o professor  formado em artes visuais  Possua conhecimento em teatro,  em dança em música.  
Além disso, o professor de Artes deve estar preparado para   as constantes problemáticas das diferentes realidades escolares. Muitas escolas tem  bastante materiais como folha de oficio, cola branca e  tinta guache,  quaisquer outros materiais são mais difíceis de ser encontrados nas escolas.. Um fato corriqueiro é que a maioria das escolas não possui uma sala de artes e o professor acaba tendo de transportar os materiais necessários para sua aula de um local para o outro. Ainda Cada escola possui uma realidade de tempo de arte para cada  turma. Assim   em media temos 2 turnos de  45  minutos por turma  de artes, mas é possível que tenhamos  apenas 1 turno de 45 minutos. Ainda existe uma boa chance de que a  aula de artes não seja  em dobradinha. Com o professor de artes atendendo 5 turmas diferentes no período de uma manha.
E esse professor deve  realizar os seus planejamentos  levando em consideração o tempo de chamada, e o tempo que se leva para usar os materiais. Limpar os materiais  usados e  deixar a sala pronta para o próximo professor a entrar nesse ambiente.